Mundo afora

Post publicado originalmente em 14 de dezembro de 2009
Se ainda hoje grande parte do mobiliário que encontramos com bom projeto – e que povoam as revistas de arquitetura e decoração, além do imaginário do consumidor – vêm, ou tem inspiração no que vem lá de fora, em contrapartida, um dos pontos fortes para diferenciação dos produtos nacionais está na diversidade de nossas madeiras, bem como no processo produtivo, que muitas vezes conta com uso de máquinas aliadas à mão-de-obra artesanal.
O tratamento que damos a um móvel de madeira, carregado de uma herança ora tradicional, ora vernacular, tem feito com que o inverso ocorra: nossos móveis tornam-se destaque no exterior, por suas soluções criativas e visual rico.
Um longo trajeto foi percorrido desde que o design brasileiro começou de fato a ganhar ares modernos, impulsionado inicialmente por Joaquim Tenreiro, Sérgio Rodrigues e Zanine Caldas, entre outros, e assim começasse a ter visibilidade e confiabilidade tanto aqui dentro quanto no exterior.
Referências como Gerrit Rietveld, Alvar Aalto e Lina Bo Bardi trazem em comum a valorização do que é local, a exploração das potencialidades dos materiais, muitos deles inusitados na época em que foram lançados, arrojados e audaciosos, sem perder a raiz daquilo que é criado pelo e para o homem. Esses conceitos tiveram grande importância e influência direta nos projetos da Baraúna. Desenho enxuto, essencial, sem disfarces, sem utilizar elementos meramente decorativos. A construção de cada peça é explícita, e conjuga a valorização da matriz cultural brasileira com um desenho contemporâneo e atual.
A imagem do design brasileiro está se consolidando pela originalidade, e um novo olhar tem sido lançado sobre os móveis da Baraúna. Isso é percebido pelas muitas visitas de estrangeiros em nosso showroom, em busca de um design autêntico brasileiro; pessoas que chegam até nós através do contato com a arquitetura ou com o design, estudantes buscando referências… Ou aqueles que simplesmente se encantam à primeira vista com a riqueza de cores e texturas, e que vêem algo em comum com sua cultura na elementaridade do projeto, e, mesmo de muito longe, arrumam um jeito de adquirir alguma peça.
O intercâmbio de referências é reforçado pela constante participação em feiras internacionais e exposições, que colocaram a Baraúna em contato com outras culturas e valores. Neste ano de 2009 fomos convidados, junto com a Brasil Arquitetura, para uma exposição individual no Tokyo Art Museum, sob o título “Genetics of Brazilian Architecture”.
Participamos da feira Maison & Objets em Paris, e nossas peças também foram expostas na BID (Bienal Iberoamericana de Diseño), em Madrid.
E para quem estiver na França, aproveite para caminhar pela simpática Rue de Saint Paul, no elegante bairro do Marais, em Paris, e poderá ver exposto na loja LdeO&Co nossos banquinhos, sofás, mesas e cadeiras.